Andarilho

Eu quero andar pelos montes, quero sentir cheiro de mato, quero sair dessa falta de espaço.
Eu quero, pelo menos por um dia, me libertar da tecnologia, da Tv e do rádio... Eu quero ouvir o vento, quero conversar com o infinito, quero me jogar em águas correntes, quero sentir a liberdade do espaço.
Eu queria, pelo menos por uma noite, procurar estrelas cadentes e acampar no quintal.
São tantas as coisas que quero, nenhuma com preço... Mas eu nunca me atirei no “Nada” para experimentar “Tudo” o que a terra pode oferecer, muito menos para buscar tudo o que os meus sonhos poderiam me dar!
Eu deveria ser mais tirana, ser mais rebelde, ser mais determinada.
Eu deveria perder o medo do escuro, medo do desconhecido... Eu deveria acreditar mais em mim.
Mas em poucas linhas já usei tantos tempos verbais, eu quero, eu queria, mas o que eu tenho?
Muitas vezes a vida nos enrola e nós, cansados e distraídos, caímos como patinhos!
Dizem que o mundo é dos espertos, mas eu ainda acho que o mundo é dos corajosos, dos estudiosos, daquelas pessoas que são leais aos seus princípios, às suas convicções.
Só que acaba sendo mais fácil ser desse jeito, é mais cômodo, aparentemente mais confortável... Mas acredite, menos prazeroso.
Todo ser humano é pássaro da vida, é livre pra voar, pra se divertir... para encarar sem medo as pedras do caminho, cabe à nós aceitar esta missão.
Eu deveria ter pensado assim há um tempo atrás, mas o que eu fiz para acreditar em mim? O que eu fiz para fazer valer a pena? O que eu planejei quando eu disse queria?
Eu não sei...
É por isso que eu queria só mais uma vez buscar as respostas da minha vida... Em uma estrada qualquer...
Eu devia caminhar até encontrar, mas o meu estilo de vida me tornou sedentária de mais para conseguir... O meu ritmo é lento de mais para achar as respostas.
Será que eu consigo mudar?
Humm... Não sei! Já tentei uma vez, e não deu certo... Será que eu devo tentar de novo? E você, já tentou alguma vez? Já se lançou pela janela, mesmo sem saber voar?
Acho que as pessoas, assim como eu, deveriam libertar os pássaros presos nos corações.


Num dia qualquer eu mando notícias...

Até lá!

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